DESABAFOS & LOUCURAS

terça-feira, dezembro 27, 2005

Amor

O amor é o sangue do sol dentro do sol. A inocência repetida mil vezes na vontade sincera de desejar que o céu compreenda. Levantam-se tempestades frágeis e delicadas na respiração vegetal do amor. Como uma planta a crescer da terra. O amor é a luz do sol a beber a voz doce dessa planta. Algo dentro de qualquer coisa profunda. O amor é o sentido de todas as palavras impossíveis. Atravessar o interior de uma montanha. Correr pelas horas originais do Mundo. O amor é a paz fresca e a combustão de um incêndio dentro, dentro, dentro, dentro, dentro dos dias. Em cada instante de manhã, o céu a deslizar como um rio. À tarde, o sol como uma certeza. O amor é feito de claridade e da seiva das rochas. O amor é feito de mar, de ondas na distância do oceano e de areia eterna. O amor é feito de tantas coisas opostas e verdadeiras. Nascem lugares para o amor e, nesses jardins etéreos, a salvação é uma brisa que cai sobre o rosto suavemente.
"Uma casa na escuridão" de José Luís Peixoto

sexta-feira, dezembro 23, 2005

Feliz Natal a todos

quarta-feira, dezembro 21, 2005

"O passado nunca reconhece o seu lugar ...está sempre presente"

Este foi um dos meus pensamentos do dia. Será que ele não reconhece o seu lugar ou será que nós é que não o enterramos? Porque é que temos sempre que nos estar a lembrar do passado, do que fez, do que disse? Eu juro que queria dizer um adeus mas insisto sempre em dizer um até logo, um até já. Porquê? Insegurança. Acredito que é esta a única palavra que define tudo. Porquê? Porque o passado conhece-te melhor. Porque o passado percebe-te melhor. Porque o passado foi perfeito. Porque isto tudo não se esquece de um dia para o outro. Eu não consigo …

Porque...

Porque a vida nunca pode ser vivida apenas numa tempestade ou numa paz e tranquilidade que o pôr-do-sol nos transmite. Neste momento as nossas vidas são compostas insistentemente por estes dois estados de espírito. É difícil não nos poderem dar nem corresponder da forma que queremos, se nós próprios correspondemos dessa forma. Amar pelos dois definitivamente não é válido.

...

É muito difícil ter um relacionamento com uma pessoa e ela dizer-nos que não nos ama, nem sabe se algum dia nos vai amar. Acho que são umas palavras muito duras de serem proferidas e sobretudo de serem ouvidas.

Há medida que os anos passam por nós o amor já não é vivido na sua plenitude. As pessoas já não se entregam por inteiro e limitam-se a ir vivendo. Lembro-me muitas vezes quando passeávamos juntos e víamos um casal e entregar-se na sua plenitude eu responder amargamente “devem estar no início do namoro”. É uma resposta amarga e muito repudiante para uma pessoa que acredita tanto no amor como eu.
Uma amiga um dia disse-me numa conversa que depois da primeira desilusão de amor as pessoas já não se entregam como outrora. Será isto justo para a outra pessoa que não sofreu a desilusão de amor? Ontem ao olhar para um amigo que iniciou o namoro há dois dias senti uma certa inveja. Uma inveja boa porque ao vê-los eles ainda se entregavam na sua plenitude. Pensei nisso durante muito tempo. Na necessidade que ele teve em levá-la para o grupo e partilhar connosco a felicidade que ele estava a viver naquele momento. E era tão visível essa felicidade. Mais tarde pensei a idade deles é outra. Nós até comentámos que os jovens são inconscientes por não terem medo de se magoarem. Nenhum adulto se entrega assim de paixão, corpo e alma, só mesmo os jovens que acreditam no seu verdadeiro significado. E os adultos que acreditam no seu significado e não conseguem demonstrá-lo?
Lembro-me das nossas conversas Paulo nas férias e mais uma vez ontem partilhámos os nossos medos, receios e entregas. Mas será justo viver assim? Será justo pedir ao outro que espere que as feridas sarem e que o coração esteja disposto a amar novamente. A minha resposta é não. Se não estamos preparados não nos devemos envolver. Não devemos pedir tempo, paciência, nada disso. Um dia quando estivermos preparados aí sim devemos nos entregar novamente sem medo e receios. Aí é justo tanto para nós como para eles.
Uma amiga disse-me “as pessoas já não amam com a mesma intensidade como antigamente”. Será que não?

segunda-feira, dezembro 19, 2005

Obrigada anjo...


Eu acho que por vezes não nos sentimos contentes na pele que temos. Na vida que levamos. Nos objectos que temos. Quando era miúda eu queria tudo aquilo que via. Tudo é uma palavra tão curta mas tão forte. Ninguém pode ter tudo. Ninguém pode ter absolutamente tudo. O que é que fazíamos depois de ter tudo?
Mas eu era assim em miúda. Acho que devia ser muito chata, mimada, arrogante. Às vezes quando falam de mim em miúda não me reconheço e sou tantas vezes comparada contigo, apesar de haver pouco para comparar. Eu costumo pensar muito como tu serias se ainda fosses viva. Quais seriam as nossas parecenças, se nos dávamos mal, se a mãe seria menos “assim” se fossemos duas. Sei que sabes que o momento que mais precisei de ti foi a seguir ao acidente do pai. Precisei de alguém para me dizer não, para me acompanhar, para brincar, para sorrir.
Por vezes penso que se não tivesses partido eu não estaria aqui, eu não teria nascido. Acho que não teria mesmo apesar da mãe dizer o contrário. Então é injusto, muito injusto, tu teres que abdicar de ti para eu ter nascido e aí ter iniciado a minha vida. Às vezes simplesmente estou cansada. Cansada de tudo, de ninguém, de nada. Preciso de ti em vários momentos da minha vida, de desabafar, dizer o que me preocupa, falar de tudo e de nada. Porque é que te levaram a ti e ao pai? Porque é que eu tive que ficar sem nenhum dos dois? Sei que não posso reclamar de tudo pois afinal ainda fiquei com a mãe, mas porque é que vocês me foram arrancados? Porque é que ele teve que sofrer tanto na vida?
Não sei se existem anjos da guarda, mas se existirem, tu és o meu, o nosso de certeza absoluta. A tia gosta muito de dizer que nunca conheceu ninguém tão meigo, doce e com cara de anjo como tu. És o meu anjo S.
Que me protejas sempre contra todas as tempestades da vida e que me continues a mostrar o caminho, e que eu pense sempre que apesar de todas as tempestades amanhã é outro dia.
Obrigada anjo.

Não se Ama uma Pedra

"Amar é reconhecer nos outros um ser misterioso, e não um objecto - tu eras uma vibração à tua volta, não a estreita presença de um corpo. Aqueles que não amamos nem odiamos são nítidos como uma pedra. Sentir neles uma pessoa é começar a amar ou a odiá-los. Só amamos ou odiamos quem é vivo para nós. («Nunca amaste ninguém...»)".
Vergílio Ferreira, in 'Estrela Polar'

Fray

I know that it never goes away
all i feel, everything i'm not today
so i try and i try to make everything right
i don't feel like i'm doing it, it affects me

You wouldn't listen even if i told you
who the fuck am i to say?
you're too busy with the lies they sold you
another cure to fix your day
open wide for all the shit they feed you
while the TV defecates
and blindly walk wherever they will lead you
while the edges slowly fray

I know that everything can change
what i need is to open up again
so never again will i look back in vain
cuz today's not the past,
i don't need to relive it

Are you satisfied?
i've given all i can and are you pacified
or do you want more from me?

I've learned that this life's not just a game
just a line between the pleasures and the pain

Staind

sábado, dezembro 17, 2005

Cansamo-nos de Pensar ...


"Cansamo-nos de tudo, excepto de compreender. O sentido da frase é por vezes difícil de atingir. Cansamo-nos de pensar para chegar a uma conclusão, porque quanto mais se pensa, mais se analisa, mais se distingue, menos se chega a uma conclusão. Caímos então naquele estado de inércia em que o mais que queremos é compreender bem o que é exposto - uma atitude estética, pois que queremos compreender sem nos interessar, sem que nos importe que o compreendido seja ou não verdadeiro, sem que vejamos mais no que compreendemos senão a forma exacta como foi exposto, a posição de beleza racional que tem para nós. Cansamo-nos de pensar, de ter opiniões nossas, de querer pensar para agir. Não nos cansamos, porém, de ter, ainda que transitoriamente, as opiniões alheias, para o único fim de sentir o seu influxo e não seguir o seu impulso".
Fernando Pessoa, in 'Livro do Desassossego'
P.S. Chegou o fim-de-semana. ;)

sexta-feira, dezembro 16, 2005

Yesterday

You don't know what you've put me through
it's okay, i've forgiven you
but in some way, hope it fucks with you
hope it fucks with you

That i'm okay and i've made it through
but who's to say what you're going through
i'll say no names, though i've wanted to
isn't it strange how it seems like...

Yesterday, a boy and already afraid
locked deep inside, my place to hide
to hide from how you made me feel
and i wonder how's your brother
did he end up fucked up like me?
lost in himself, crying for help it's safe to say
i learned to live without a pride
just a shell, with me stuck on the inside
a prison, not a place to hide
not a place to hide

Yesterday, a boy and already afraid
locked deep inside, my place to hide
to hide from how you made me feel
and i wonder how's your brother
did he finally pull through like me?
finding himself, not needing help
i'd like to say

Staind

As nossas decisões...

Eu acho que a vida é feita de etapas. Passo a explicar: mesmo que o nosso destino já esteja traçado, não consiste numa linha recta – nada disso – consiste numa estrada com altos e baixos, curvas e contra curvas, percalços e alguns desvios que somos nós que temos que decidir se vamos por ali ou não. É claro que podemos sempre perguntar a algum amigo, pais, namorado, conhecido qual era o caminho que ele seguia? Mas na realidade somos nós que decidimos acatar essa opinião ou não. Tudo depende de nós. Somente de nós.
Acho que é por isso que se torna tão difícil por vezes tomar uma decisão simples ou complexa, que não nos afecte somente a nós mas também aos outros. E esta última é realmente a decisão mais difícil de se tomar.
Será que nós temos o direito de abdicar da nossa felicidade pelos outros? Será que os outros têm o direito de nos pedir isso? Mas por outro lado será que temos o direito de arriscar “tudo” mesmo que não possa levar a nada e magoe os outros? São muitas dúvidas, perguntas, muitos ses.
Eu sou medricas … detesto admiti-lo mas sou. Antes de tomar uma decisão eu penso nos outros e como isso vai afectá-los, e só depois penso em mim. Eu sei que digo-te para pensares e fazeres exactamente o contrário, mas também sei o quanto é difícil nós fazermos isso. Por tudo isto não percebo como pude tomar esta decisão que afectou e magoou tantas pessoas, simplesmente porque pensei em mim primeiro. Não quero acreditar que me tornei uma pessoa má, fria, egoísta … não quero pensar isso. Aliás recuso-me a pensar assim. Mas e se me tiver tornado nisso tudo? Como é que eu me consigo olhar ao espelho se me tornei nessa pessoa?
O que todos dizem é dá tempo ao tempo. Não te preocupes o tempo cura tudo. E se não curar? E se toda a mágoa e dor que as pessoas sentem neste momento e que foi desencadeada por mim, não tiver um fim?
O que eu procuro pensar é que todos nós temos o direito de arriscar para sermos felizes. Desculpa mas temos e não é o puro egoísmo que pode mudar isso. Se as coisas mudassem e ele me dissesse que era contigo que ele afinal queria estar, penso que eu não reagiria dessa forma. Nem pensar. Tentaria a todo o custo ser forte sem me intrometer jamais nas vossas vidas … porque afinal ele fez uma escolha.
Porque é que é tão difícil aceitar as escolhas dos outros? Porque é que nos magoa ou choca tanto? Acho que tudo se resume ao facto de termos que tomar decisões. Os outros não as podem tomar por nós e se realmente as tomarem, nós então tomámos a decisão de serem eles a decidirem por nós. Tudo depende de nós, só de nós. E é com essas decisões diárias que nós temos que viver no dia a dia, porque elas fazem parte de nós. Do nosso ser, do nosso riso, lágrimas, da nossa pele, no fundo da nossa vida.
Eu tomei a minha decisão, certa ou errada só o tempo o dirá. Mas tomei uma decisão. E tu? Qual é a decisão que vais tomar?

So far away...

This is my life
its not what it was before
all these feelings i've shared
and these are my dreams
that i'd never lived before
somebody shake me
'cause i
i must be sleeping

Now that we're here,
it's so far away
all the struggle we thought was in vain
all the mistakes,
one life contained
they all finally start to go away
now that we're here its so far away
and i feel like i can face the day i can forgive
and i'm not ashamed to be the person that i am today

These are my words
that i've never said before
i think i'm doing okay
and this is the smile
that i've never shown before

Staind

quinta-feira, dezembro 15, 2005

A frase...

Acho que só agora percebo a tua frase "GOODBYE. NICE TO KNOW YOU". Não era uma despedida a mim mas sim uma despedida ao vosso blog.
É estranho mas detestava por vezes ler as coisas que escrevias, e agora percebo que nunca mais vou entender o teu estado de espírito.
Como eu queria clareza para aquilo que sinto neste momento...

Pensamento do Dia...

Conservar algo que possa recordar-te seria admitir que eu pudesse esquecer-te.

Aviso...

"Quando encontrares alguém e esse alguém fizer o teu coração parar de funcionar por alguns segundos, presta atenção: pode ser a pessoa mais importante da tua vida. Se os olhares se cruzarem e, neste momento, houver o mesmo brilho intenso entre eles, fica alerta: pode ser a pessoa que tu estás à espera desde o dia em que nasceste. Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem de água nesse momento, percebe: existe algo mágico entre vocês. Se o 1º e o último pensamento do teu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradece: Algo do céu te mandou um presente divino: O AMOR. Se um dia tiverem que pedir perdão um ao outro por algum motivo e, em troca receberes um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem mais que mil palavras, entrega-te: vocês foram feitos um para o outro. Se por algum motivo estiveres triste, se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa sofrer o teu sofrimento, chorar as tuas lágrimas e enxugá-las com ternura: poderás contar com ela em qualquer momento da tua vida >Se conseguires, em pensamento, sentir o cheiro da pessoa como se ela estivesse ali do teu lado... Se achares a pessoa maravilhosamente linda, mesmo ela estando de pijama velho, chinelos de dedo e cabelos emaranhados.. Se não conseguires trabalhar direito o dia todo, ansioso pelo encontro que está marcado para a noite... Se não consegues imaginar, de maneira nenhuma, um futuro sem a pessoa ao teu lado... Se tiveres a certeza que irás ver a outra envelhecendo...e, mesmo assim, tiveres a convicção que vais continuar sendo louco por ela... Se preferires fechar os olhos, antes de ver a outra partindo: é o Amor que chegou na tua vida. Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida, mas poucas amam ou encontram um amor verdadeiro. Às vezes encontram e, por não prestarem atenção nesses Sinais, deixam amor passar, sem deixá-lo acontecer verdadeiramente. É o livre-arbítrio".
Por isso, presta atenção aos sinais. Não deixes que as loucuras do dia-a-dia te deixem cego para a melhor coisa da vida: o AMOR!!!

quarta-feira, dezembro 14, 2005

Elogio ao amor

"Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo. O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria. Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."


Miguel Esteves Cardoso

P.S. Fui retirar este texto ao teu blog porque achei muito bonito o elogio ao amor feito pelo autor. Neste momento sei que lutei, não desisti - apesar de ser bem mais fácil -, arranjei forças para viver neste momento uma paixão que espero que se tranforme num grande amor. :)
Ao acordar e ao deitar-me vens-me sempre à imagem, como uma coisa boa. Tenho saudades de ti, da tua pele, do teu cheiro, do teu toque, das tuas mãos, das tuas carícias. Simplesmente de ti todo amor. Bijufas grandes.

P.P.S. O autor também reclama como tu que as pessoas não tentam, que não existe trabalho de equipa e que há minima merdinha já estão fartos. Têm ambos razão ... mas preciso de acreditar que existem pessoas que realmente vivem o seu amor em toda a plenitude. :)

Insegurança…

Estou numa altura da minha vida muito insegura. Insegura no trabalho, no amor, na família, nas amizades. Não sei se é da minha idade ou da própria vida em si, mas estou insegura. Acho que já não caminho com a segurança de outrora. Acho que já não me visto com a segurança de outrora. Não me sinto bonita, confiante, sorridente, alegre só às vezes.
Pergunto-me agora o que é que me dava confiança então? O que é que fazia com que tudo parecesse que corria às mil maravilhas? Pode ser que o tempo me dê as respostas que procuro … não as simples mas as respostas aos mil porquês que fazemos constantemente.

Pensamento do Dia


A liberdade, ao fim e ao cabo, não é senão a capacidade de viver com as consequências das próprias decisões.
(James Mullen)

terça-feira, dezembro 13, 2005

Provérbio...

Era uma vez um cego de nascença. Nunca tinha visto o sol, e perguntava como era este às pessoas que enxergavam. Alguém lhe disse: O sol é como uma bandeja de latão. O cego bateu na bandeja de latão e ouviu o som. Depois, quando ouviu um sino, pensou que fosse o sol. Outra vez, disse-lhe alguém: o sol é como uma vela. O cego apalpou uma vela, e pensou que assim era o formato do sol.
A verdade é mais difícil de descrever que o sol; e quando os homens não a conhecem, são exatamente como o cego. Ainda que façais o possível para esclarecê-la por meio de comparações e exemplos, ela ficará tão confusa como a comparação da bandeja de latão e da vela.

Su Tungp’o

O tempo...


O tempo que a gente perde pela vida a correr
O tempo que a gente sonha que é chegar e vencer
O tempo faz de nós um copo para beber em paz
O tempo é um momento para nunca mais
O tempo mesmo agora fez a terra girar
O tempo sem demora trás as ondas do mar
O tempo que se inventa quando nunca se é capaz
O tempo é um carro novo sem a marcha-atrás.
Donna Maria “Sem marcha-atrás”
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Ao ouvir esta música no Domingo enquanto me vestia para ir para a Peninha com vocês, pensei no tempo que as minhas botas ellitte têm e em tudo aquilo que eu já fiz e passei com elas. Estas botas têm 12 anos, metade da minha vida. Foi a última prenda do meu pai. Tem um significado especial por isso mas também porque foi com elas a primeira vez que vi neve, fiz escalada, rapelle, ski, skubunda, etc. As próprias botas em sim têm uma história e mais uma vez me acompanharam a um novo local para eu viver uma nova experiência. A primeira pergunta do Cotta foi engraçada: “Ainda colocas sebo nisso”. Como se pode ver pelo aspecto nunca mais as engraxei com sebo. Acho que assim ainda demonstram melhor o tempo que têm e aquilo que já passámos juntas. E não mãe … escusas de no final do Inverno perguntar se é agora que elas vão para o lixo porque não vão. Estão ainda aí para muito mais caminhadas e têm que voltar à neve. Pode ser que para breve.
Beijinhos a todos.
P.S. Fiquei arrependida de não as ter usado no Cabo Espichel ... Fica para a próxima. :) Chuacks

Procurei-te…

Procurei-te por todo o lado
Nos caminhos
No tempo
Na cama
No luar,
Num sorriso
Num choro
Num desabafo,
Procurei-te indefinidamente por todos os locais
Mas nunca te encontrei
Adormeci cansada de tanto procurar
Depois acordei
Fiquei triste
Triste por perceber que também tu tinhas que me querer encontrar…
Procurei-te sem fim sem nunca te encontrar…

Pôr-do-sol na Peninha.


Foi absolutamente mágico assistir a este pôr-do-sol. O do último feriado também foi indescritivel mas por razões diferentes: a companhia era outra, o local era outro, as emoções e sentimentos também eram muito diferentes.
Como eu já disse vocês salvaram o meu fim-de-semana. Se outrora já tinha tudo planeado, de um momento para o outro deixei de ter com quem o passar - pelo menos com quem queria.
Ao assistir áquele momento com vocês não consegui tirar-te da minha cabeça. De certa forma acho que tive uma certa inveja da Martinha e do Cotta, mas uma inveja boa, porque também eu queria estar ali contigo. Queria abraçar-te, beijar-te, dizer que te adoro ... mas não pude fazer isso, porque os nossos caminhos se trocaram neste fim-de-semana.
Sou tão orgulhosa que neste momento não sei se irei mais alguma vez abdicar dos meus amigos, natação, momentos meus por ti. Neste momento não me sinto capaz. A culpa não é tua, nada disso, é somente minha porque te coloquei à minha frente quando jamais o devia ter feito, porque ninguém merece ser colocado à frente de nós próprios. Aprendi a minha lição.
É dificil permanecer chateada comigo própria. É muito mais fácil com os outros. :)

segunda-feira, dezembro 12, 2005

Mudaram?

Olá.
Antes de mais quero pedir-te desculpa por não ter respondido à tua sms mas achei que iamos ficar ali a noite toda.
Fiquei super surpresa por te ter visto no sábado e sabes porquê? Porque não nos viamos desde aquela noite em que saímos as três. Nunca mais trocámos uma única palavra nem uma única mensagem, talvez porque nenhuma de nós saiba como corresponder à outra.

As coisas definitivamente mudaram entre nós. Era impossível ficar igual, não depois do que aconteceu naquela noite de sábado. Tu própria disseste que nem me cumprimentaste quando me viste porque não conseguias. Eu compreendo e respeito tudo o que possas sentir. Mas estou farta de estar de consciencia pesada. Considero-te minha amiga porque te sinto como tal e por isso é que te digo: as coisas mudaram e não podemos passar uma borracha por tudo aquilo que aconteceu nem por tudo aquilo que dissemos uma à outra. As coisas mudaram porque era impossível ficarem iguais e é com essa mudança que nós temos que construir novamente a nossa amizade. Não podemos partir daquilo que tinhamos antes mas sim daquilo que temos agora.

Não quero criar mais nenhum mal entendido por isso é que te envio esta mensagem. Acho que ainda não estás preparada para lidar comigo ... sinceramente acho que não estás. Da primeira vez que falámos ambas decidimos ser amigas. Demos um abraço que significou muito para mim. Depois aquela noite em que vocês foram ao cinema também acho que correu bem. E desta última tu foste super agressiva, não digo que não tivesses razão, mas sempre a fazer perguntas e a questionar-me com coisas que possívelmente te irão atormentar por muito tempo. Quero uma amizade sim mas baseada naquilo que ambas sentimos neste momento. E acredito que só assim é que poderá ser uma amizade verdadeira.

Beijinhos e se quiseres falar estou disponível.
P.S. Reli esta mensagem dezenas de vezes e mesmo assim não sei se fiz bem em enviar-te. Mas se lancei mais lenha para a fogueira então é porque definitivamente fiz mal. Foi com boa intenção. :)

Após tudo...

Depois de ler a tua mensagem no meu fotolog deixei de saber o que sentir. É engraçado quando temos a certeza que estamos zangados com alguém, como era o meu caso contigo, e agora não sei o que sentir.
Surpreendeste-me, definitivamente surpresa acho que é a palavra mais certa. Não estava à espera que escrevesses nada quanto mais aquilo. Obrigada acho eu. É estranho mas tenho a sensação que só escreveste aquelas palavras por peso na consciência, peso na consciência por te ter dito “já estou arrependida de não ter ido para Tróia”. E sabes uma coisa estava mesmo arrependida. Não fui para ficar contigo … tu foste o único que pesou na minha decisão e depois acabas por me dizer que vais passar o fds com os amigos e no Domingo já podes almoçar comigo porque os teus pais não estão em casa. Acho que foi uma grande lata da tua parte. E a tua sms nem se fala. “espero que o castigo acabe”? Também eu espero muita coisa. Ainda bem que decidi ir à Peninha ontem com eles e não ter ido ter contigo. Adorei o sitio, a calma que nos transporta. adorei tudo... uma mistura de fantásticas sensações. Ainda bem que fui.
Eu não tenho paciência para isto. Não quero ficar constantemente em segundo lugar na tua vida. Também não quero ficar em primeiro, mas se fosse possível em pé de igualdade com eles. Acho que era o mais justo. Eu não sou de me contentar com pouco, nunca fui e agora não vai ser o caso.
Moral da história: não devo desistir do que me dá prazer de fazer por tua causa. Não vou desistir da natação para ficar contigo, não vou hesitar em sair com os meus amigos para ficar contigo. Agora sim estamos os dois em planos iguais. Nem mais nem menos.

Obrigada pela mensagem, não sei se foi sentido ou não, mas obrigada.

Foram eles que me salvaram o fim-de-semana ontem. O passeio foi óptimo e fartei-me de divertir. :) Obrigada.

sábado, dezembro 10, 2005

Por do Sol perfeito


Adorei o dia de ontem. Acho que não havia melhor forma de passar o feriado. Passei-o contigo e no cabo Espichel (é mais fácil de escrever do que dizer), um sítio mágico, profundamente calmo e de uma beleza extraordinária. Não queria que o dia acabasse de forma alguma, queria que aqueles momentos se eternizassem para sempre. Para nos recordarmos então daquelas horas, temos as fotos que nos vão reacender as memórias mais tarde. Adoro poder conhecer-te melhor, falar contigo, dizer disparates, olhar o céu e o mar na tua companhia... e quando as palavras deixam de fazer sentido, como o meu pensamento do dia diz, beijamo-nos como se fosse um reacendimento de tudo. Nestes momentos parece que não existe mais ninguém para além de nós, parece que o sol se põe só para nós, para sermos os únicos a contemplá-los, a admirá-los. Queria - não no passado porque não faz sentido nenhum - quero que este sentimento se mantenha para sempre. Ainda não sei defini-lo mas sei que é bom e puro e assim vale a pena vivê-lo. Não quero pensar no até quando nem se será para sempre, mas acho que vale a pena arriscar, porque só arriscando é que saberemos o que poderá dar, deu ou se ainda pode dar alguma coisa. O futuro o dirá.
Espero que novos momentos destes se repitam muitas e muitas vezes. Fizeste-me feliz.
P.S. Tirámos dezenas de fotos ... momentos kodac

sexta-feira, dezembro 09, 2005

Pensamento do Dia...

O beijo é um procedimento inteligentemente desenvolvido para a interrupção mútua da fala quando as palavras tornam-se desnecessárias.

Namorar...


É estranho dizer agora o meu namorado, o nosso namoro, agora sou tua namorada. Não sei explicar mas acho estranho. Quase como se não fizesse sentido nenhum as palavras namoro, namorados. Isto acaba por ser um pouco descabido visto que afinal pode-se dizer que aquilo que nós já tínhamos era um namoro … mas agora é oficial. Oficialmente nós namoramos, um com o outro, somos namorados e temos agora “obrigações” de namorados.
É estranho mas é bom. Disse que SIM, quero MUITO, porque quero. Vamos ver o que isto dá. Eu sei o que quero que dê…
Estamos a namorar e à terceira foi de vez. :)

P.S. O Cabo Espichel é lindo … obrigada.

O que há em mim é sobretudo cansaço...

O que há em mim é sobretudo cansaço
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém.
Essas coisas todas –
Essas e o que faz falta nelas eternamente –;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada –
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque eu amo infinitamente o finito,
Porque eu desejo impossivelmente o possível,
Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço.
Íssimo, íssimo. íssimo,
Cansaço...

Álvaro de Campos

quarta-feira, dezembro 07, 2005

Pensamento do Dia


"Dificil não é lutar pelo que mais se quer, e sim desistir do que mais se ama. Eu precisei desistir. Não penses que desisti por não ter mais forças para lutar, mas sim por não ter mais condições de sofrer."

És tu...

És tu, és tu
Que sempre vieste enfim
Oiço de novo, o riso
Dos teus passos
És tu que eu vejo
A estender-me os braços
Que Deus criou
Para me abraçar, em mim
Tudo é divino e santo
Visto assim
Foram-se os desalentos
Os cansaços
O mundo não é mundo
É um jardim, um céu aberto
Prende-me toda, amor,
Prende-me bem
Que vês tu em redor?
Não há ninguém
Pudera, um astro morto
Que flutua
Tudo o que é chamar a ver
Tudo o que sente
Tudo o que é vida
E vida eternamente
É tu seres meu amor e eu ser tua...

Fernando Pessoa

Desculpas evitam-se...

Não fiquei magoada contigo ontem, pode-se antes dizer que fiquei triste com o tom em que disseste “hoje não estou para conversas”. Não sei explicar mas fizeste-me sentir uma qualquer. Simplesmente mais uma na tua vida … foi exactamente isso que senti.
O que me apetecia responder era:” não estás para conversas? Então para que é que ligaste” e iríamos discutir e ficar zangados. Não quis me irritar, não quis ir chateada para casa. Não disse essas palavras não com medo do que pudesse acontecer entre nós, ou como é que a nossa suposta relação iria ficar, mas simplesmente porque não quero ficar mais zangada. Já te expliquei que eu também acho que mudei – não sei se para pior ou não –, por isso recuso-me a continuar zangada. A minha vontade era dizer-te: “então escusas de te preocupar porque comigo não tens que ter mais conversas”. Mas mais uma vez digo que não quis ficar zangada. Fiquei triste com a tua reacção, acho que não merecia, mas nós também achamos sempre que não merecemos nada de mal.
Gostei das sms mas aviso-te que desculpas evitam-se e isso tanto serve para mim como para ti. Acho que tenho vontade de fugir e se hoje me perguntares se nos vemos antes de ires jantar? Acho que vou responder vou para a natação. Porquê essa minha resposta? Porque apesar de ter muita vontade de te ver sou mimada, orgulhosa e ainda estou triste. :(

Pensamento do Dia

"Como seria satisfatório viver sem remorsos, poder a cada instante enfrentar a própria mente e trazer à memória o bem que se fez aos semelhantes, não achando na própria conduta senão objetos agradáveis e plausíveis."

Paul Henri Dietrich HOLBAHC, filósofo francês

Se, depois de eu morrer...

Se, depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não há nada mais simples.
Tem só duas datas --- a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra todos os dias são meus.
Sou fácil de definir.
Vi como um danado.
Amei as coisas sem setimentalidade nenhuma.
Nunca tive um desejo que não pudesse realizar, porque nunca ceguei.
Mesmo ouvir nunca foi para mim senão um acompanhamento de ver.
Compreendi que as coisas são reais e todas diferentes umas das outras;
Compreendi isto com os olhos, nunca com o pensamento.
Compreender isto com o pensamento seria achá-las todas iguais.
Um dia deu-me o sono como a qualquer criança.
Fechei os olhos e dormi.
Além disso fui o único poeta da Natureza.
Alberto Caeiro
P.S. Porque a morte está sempre presente nas nossas vidas diáriamente. Sei que te custa ver um amigo sofrer, sobretudo aquele amigo, por isso te deixo este poema. :)
Ninguém disse que ia ser fácil.

terça-feira, dezembro 06, 2005

Não te odeio...

Por muito que te procure odiar pelas acusações que me fizeste, por tudo aquilo que me disseste, pela tua agressividade ... não consigo odiar-te, não consigo desprezar-te, não me és indiferente. Não sei se algum dia o serás mas neste momento não és. Espero sinceramente que sejas muito feliz porque só assim é que eu também consigo ser feliz. Um dia como tu disseste talvez seja possível estarmos todos sentados à mesa a rir de toda esta situação. Quanto à amizade não sei se algum dia ela vai ser restaurada ou sair fortalecida disto tudo, mas neste momento não acredito que tenhamos condições para continuar a sair, a conversar ... mas amigas acredito que somos porque não nos desejamos mal.
Obrigada por aquilo que escreveste no meu fotolog.
Beijinhos
P.S. Tentei odiar-te com todas as forças que tenho porque acreditei que seria mais fácil para mim continuar a minha vida ... mas sabes uma coisa? O caminho mais fácil não é o mais saboroso no final. Fico à espera que o tempo lave todas as feridas. :)

segunda-feira, dezembro 05, 2005

Pensamento do Dia

Apenas pelas palavras o ser humano alcança a compreensão mútua. Por isso, aquele que quebra sua palavra atraiçoa toda a sociedade humana.

(Michel de Montaigne)

sexta-feira, dezembro 02, 2005

Para recordar…


Ultimamente tenho tido necessidade de rever fotos passadas. Não sei explicar bem mas quando olho para elas procuro encontrar algo que me explique o meu estado de espírito nesse momento. Todas as minhas fotos são a sorrir. Automaticamente quando alguém vira uma máquina fotográfica na minha direcção eu coloco um sorriso. Não é um sorriso forçado, escusam de pensar isso, é instantâneo. Esboço um sorriso e a foto é tirada.
Será que ao sorrir em todas as fotos eu procuro esconder alguma tristeza ou simplesmente gosto de colocar o meu sorriso de tola? Não sei responder. Não sei porque rio tanto, porque sou tão paciente, porque sou tão calma, tão tão… nem sei explicar.
Sei que muitas vezes a nossa vida não se transforma naquilo que queremos, mas é a nossa vida e compete-nos a nós vivê-la.
Ao recordar esta foto que me mandaste hoje, eu relembro-me cada segundo desse dia, da conversa séria que tivemos, das “pazes”, do final da noite. Recordo-me do momento exacto em que tiraste a foto e eu te abracei.
Sinceramente acredito que as fotos servem para nos relembrar certos momentos, certas situações, várias vivências. E mais tarde quando olhamos para elas, a nossa imaginação faz um flashback para nos recordarmos de tudo o que aconteceu nesse dia, nesse momento, nesse clique em que carregaste no botão.
Bela foto …

AMO-TE...

“Se uma pessoa diz a outra que a ama, a própria linguagem supõe a expressão "para sempre". Não tem sentido dizer: - Amo-te, mas provavelmente só durará uns meses, ou uns anos, desde que continues a ser simpática e agradável, ou eu não encontre outra melhor, ou não fiques feia com a idade. Um "amo-te" que implica "só por algum tempo" não é um amor verdadeiro. É antes um "gosto de ti, agradas-me, sinto-me bem contigo, mas de modo algum estou disposto a entregar-me inteiramente, nem a entregar-te a minha vida".
(M. Santamaría Garai)

Não sei explicar mas tive que reler este pensamento vezes e vezes sem conta. Ao ler estas frases pensava no seu significado e como elas estão tão certas. AMO-TE é uma palavra de peso, uma palavra importante numa relação e que significa exactamente um para sempre. Sei que não sabemos que é para sempre nem ninguém nos pode dar essa certeza, porque a vida não é feita de verdades absolutas mas de semi verdades. Mas quando dizemos AMO-TE é porque já começamos a questionar que a nossa vida não faz sentido sem aquela pessoa, que não nos imaginamos sem ela e que a dor de pensarmos sequer ficar sem ela, é uma dor que quase nos arranca o coração. AMO-TE não é uma palavra para dizer sempre nem a qualquer um, porque senão o seu sentido perde-se, mas é para dizer sem medos e sem vergonhas àquela pessoa com quem queremos passar a nossa vida. Aí sim podemos gritar ao Mundo AMO-TE.
Um AMO-TE já implica um para sempre…que palavras tão sábias.

Estou triste...

Sabem quando não temos razão nenhuma para acordar tristes e mesmo assim estamos tristes? É assim que eu me sinto hoje e não sei explicar porquê. Tive um final de quarta-feira excelente, jantámos, fomos às compras, conversámos e rapidamente estivemos juntos no feriado e passámos o dia todo juntos. Foi um dia muito bom, o almoço correu muito bem, a tarde também, e estivemos com amigos. Mas não sei porquê já ontem depois de nos termos despedido fui avassalada por uma enorme tristeza. Saí de ao pé de ti e fui comprar a tua prenda de Natal. Não sei se era o que querias mas eu esforcei-me e espero que gostes sinceramente. Não sei mas senti uma necessidade de comprar a prenda ontem … tinha que ser ontem e eu não sei explicar porquê. Fui comprar prendas para mim – sim porque por vezes nós também nos precisamos de mimar – e mesmo hoje vestindo uma camisola nova que outrora seria já para mim um momento para estar feliz, essa felicidade não aparece. Sinto-me sozinha. Como é que é possível sentir-me sozinha se tenho tantas pessoas à minha volta? Tantos amigos, pais, família, tu. Sei que estamos bem, não estamos chateados, zangados, despedimo-nos bem ontem e ainda te telefonei antes de me deitar, mas esta tristeza invade. É quase como se não soubesse o que contar de mim, de ti, de nós, da minha vida. Mas todos os relacionamentos começam assim sem certezas nenhumas, e são construídas um dia de cada vez. Eu nem sei se esta tristeza está relacionada contigo. Não a sei explicar. Não sei se me apetece sair hoje ou estar em casa. Ir à natação ou não ir. Ler um livro ou não ler. Sei é que já inventei mil e uma coisas para fazer em casa. Arrumar as gavetas, seleccionar roupa, arrumar a escrivaninha. Estou triste mas esta tristeza vai passar. É momentânea da vida.
Estou triste e não sei porquê…