DESABAFOS & LOUCURAS

terça-feira, novembro 29, 2005

Pensamento do Dia

Não creias que, rompida uma amizade, não tenhas mais deveres a cumprir. São os deveres mais difíceis, nos quais só a honradez te sustenta. Deves respeito à antiga amizade. Deves abster-te de tornar as brigas públicas e de falar delas, a não ser para te justificares.
(Anne-Therese Lambert)
P.S. Para nunca mais me esquecer.

Árvore de Natal


Obrigada pela surpresa de ontem. Adorei que me tivesses levado a ver a árvore maior da Europa, sobretudo porque sei que o teu espírito natalício não é dos melhores. Não sei explicar mas adoro as luzes, os enfeites, a árvore – que este ano ainda está mais bonita do que o ano passado, ou então foi a companhia que fez com que o momento parecesse mais bonito – adoro as cores, a alegria que transparece no rosto das pessoas, apesar de para muitos ser mais uma vez um natal triste. Foi tão mágico poder beijar-te debaixo daquela árvore, ao ver aquelas luzes, aposto que viste o meu sorriso tolinho quando deslumbrei pela primeira as luzes da árvore. Não consigo esconder o que sinto. Fizeste-me muito feliz ontem pela surpresa e mais uma vez queria murmurar ao teu ouvido que te adoro, não murmuro mas escrevo.
Beijinhos e mais uma vez muito obrigada … acho que vais conseguir com que eu me apaixone por ti. :)
P.S. Fiquei triste por não teres feito nenhum texto no teu blog sobre este momento. Talvez não seja tão importante para ti como foi para mim … paciência.

segunda-feira, novembro 28, 2005

Pensamento


Não confundir o amor com a paixão dos primeiros momentos, que pode desaparecer. O verdadeiro carinho cresce na medida em que os dois estão mais unidos, porque partilham mais. Mas para partilhar é preciso dar. Dar é a chave do amor. Amor significa sempre entrega, dar-se ao outro. Só pelo sacrifício se conserva o amor mútuo, porque é preciso aprender a passar por alto os defeitos, a perdoar uma e outra vez, a não devolver mal por mal, a não dar importância a uma frase desagradável, etc. Por isso o amor também significa exceder-se, fazer mais do que é devido.
(J. L. Lorda)

Palavras & Sorrisos

Tinha tudo planeado. Sabia exactamente tudo aquilo que te ia dizer. E depois de te dizer tudo esperava que acabasse e até já tinha escolhido o local onde iria chorar tudo naquela noite, para nunca mais chorar.
Mal te vi a minha vontade era abraçar-te, dizer-te o quanto tu és importante para mim, que acordo e me deito a pensar em ti, no teu cheiro, nas tuas mãos, no teu olhar, no teu sorriso. Limitei-me a cumprir o “plano”, disse-te tudo o que queria dizer, tudo o me magoava, os meus altos e baixos, o que ela me tinha dito. Esperava que fosses tu a colocar um ponto final nesta história que vai ser difícil de vencer, porque eu não tenho coragem de dizer acabou. Perco totalmente a coragem quando olho para ti, para esses teus olhos que conseguem ser tão profundos.
Quiseste ficar comigo. É tão bom ter-te comigo. É tão bom saber que és meu e de mais ninguém, como eu adoro esses momentos que passamos juntos como se não existisse mais ninguém no Mundo.
Sei que tenho que ser forte e eu prometo que me vou esforçar. Vou fazer de tudo para que ninguém se intrometa no nosso caminho. Prometo que me vou esforçar porque sei que só assim conseguimos ser felizes. Sei que se desabafar aqui tudo aquilo que sinto e penso, já não vou descarregar em ti tudo, todos os problemas, mas sim vou viver contigo momentos de felicidade.
És tão lindo, tão bom … é muito bom fazer parte de ti.

P.S. Perdoa-me a cara de má mas tinha que ser forte para não desabar naquele momento perante ti. :)

sábado, novembro 26, 2005

Passado...

Acho que não tenho maturidade que chegue para enfrentar este problema. Sei que gostas dela e tu nem te esforças minimamente por o esconder. Sei que te pedi a verdade mas acho que existem certas coisas que podem ser omitidas. Ela não sabe qual é o lugar dela, talvez porque tu ainda não lhe quisesses mostrar. Ela sabe que será sempre o nosso fantasma e eu sinto que não tenho forças para a afastar de forma alguma das nossas conversas, pensamentos, blogs, no fundo da nossa vida.
Hoje acho que me apetecia mandá-la à merda, dizer-lhe que ela é mesmo estúpida, infantil de todas as formas possíveis, que ela não ganhou este jogo ridículo. Mas estaria a mentir…estaria a mentir em dizer estas coisas todas, porque eu não ganho o espaço dela, não ganho o amor que era dela, pois ela para ti será sempre a boazinha da B, a pessoa boa, e que apesar de todas as merdas que fez ou disse tem sempre um perdão do teu lado.
A ti apetece-me dizer que não vales o esforço, que não adianta o que eu faço ou digo, não adianta porque és como um totó enfeitiçado como a T tanto gosta de dizer. Como é que a calma, falta de transparência, cinismo, maldade te podem impressionar tanto? Explica-me como e talvez eu possa entender o fascínio.
Ela não sabe o seu lugar, não sabe acabar com a cumplicidade, não sabe ser mulher, amiga, não sabe ser nada para não prejudicar ninguém. E o que me custa é não acreditar que tu lhe pudesses dizer que não, porque o teu fascínio não acabou nem vai acabar.
Hoje sou infeliz por tua causa, pela tua preocupação por ela, por me teres dito ontem não esperes que eu a trate mal porque isso nunca vai acontecer. Chorei tantas lágrimas por causa dela e tu dizes-me isso. A minha vontade era de te dizer já que gostas de ser tão otário então força, luta e sinceramente espero que caias e te magoes porque é assim que vai ser constantemente com ela, mas se queres força. Não sou empecilho de ninguém.
Estou angustiada por tudo aquilo que li, pela cumplicidade que ela procura manter contigo, pelas bocas subentendidas, pelos textos, pelos comentários que ela faz questão de dar. Acho que no fundo talvez vocês se mereçam. Eu sei que mereço ser mais feliz e perder esta mágoa que sinto
.

sexta-feira, novembro 25, 2005

Porquê...

Porque é que quiseste saber isso? O que é que ganhaste com isso? Nada. Absolutamente nada. Ganhaste se calhar mais dor e mágoa, mais despeito por nós. Eu não tinha coragem de fazer essa pergunta. Não tinha coragem com medo da resposta que me pudessem dar. Mas tu tiveste que fazer a pergunta e não consigo deixar de pensar porquê? A resposta dele magoou-te? A mim também. A resposta dele devia ter sido não és minha namorada, não tens nada a ver com isso. Isso só a mim e a ela diz respeito. Esta sim devia ter sido a tua resposta a uma pergunta sem fundamento.
Não consigo deixar de pensar que lhe respondeste que sim por mera vingança, picardia por tudo o que ela te fez. E agora tenho medo de estar a ser usada numa “guerra” que não é a minha.
Não me magoaste com esta história mas não sei porquê sinto mágoa por não seres forte, por não teres coragem de lhe dizer NÃO ÉS MINHA NAMORADA, ACABOU. Continua com a tua vida porque eu continuei com a minha e estou feliz. Mas mais uma vez não era a resposta que eu queria ouvir e de certeza que a dela também não. É pena que sejas assim, que penses assim.
Não consigo tirar da cabeça o porquê da pergunta dela e a tua resposta.
Porquê? Acho que não me vão dar respostas…

Pensamento do Dia


"O passado nunca reconhece o seu lugar, está sempre presente"

Violência Doméstica


Hoje é o Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres, um dia que serve para nos consciencializar sobre a quantidade de mulheres que morrem pelas mãos de maridos, namorados ou ex-companheiros.
A manchete hoje do jornal O público é “Violência Doméstica matou 33 mulheres desde o inicio do ano”, se calhar para muitas pessoas até é um número normal, pois afinal somos 10 milhões e só morreram 33 mulheres alvejadas, golpeadas, espancadas até à morte ao murro ou ao pontapé. Mas o importante de perceber aqui é que elas não morreram nas mãos de estranhos, mas por companheiros que as desrespeitaram até à morte.
Inunde-me uma raiva, uma dor que me invade a alma, ao ver constantemente notícias de mulheres que são brutalmente espancadas até à morte, como foi o caso de uma notícia que deu ontem na televisão. Jovens que são regadas com gasolina e ácido pelos ex-namorados, estragando assim uma vida, uma cara, um corpo, uma personalidade, pois se aquelas mulheres não são as mesmas quando se olham ao espelho muito menos serão as mesmas interiormente. Muitos de nós pensamos elas também são parvas por se manterem naquela situação, por aceitarem os maus-tratos assim de forma tão veemente, mas o que fazer quando as mulheres que são vítimas de violência doméstica decidem abandonar a relação ou denunciar a agressão, ainda correm mais riscos. O que fazer então? O que fazer num país onde as mulheres e as crianças não são protegidas a todo o custo? O que fazer quando acabamos por compactuar com estas histórias e decidimos não meter a colher entre marido e mulher? Vivemos numa sociedade ego centrista, que é regida pelo deixa andar.
Ao ter conhecimento ontem que uma mulher sofreu maus tratos durante 30 anos, tendo sido espancada até à morte, quando os vizinhos, colegas de trabalho, familiares sabiam e limitavam-se a fazer um dossier das ocorrências para quando fosse necessário, ainda me enraivece mais. Lamento dizer mas o dossier não vai ajudar muito agora, pois já têm o corpo de uma mulher e a confissão do marido. A culpa também é vossa, a culpa é de todos nós que nos limitamos a observar sem tomar nenhum tipo de decisão. Pois recuso-me a continuar a aceitar este tipo de culpa, recuso-me a permanecer impávida nesta situação, porque quando houver uma próxima eu vou meter a colher, eu vou estrebuchar e vou lutar para que mais nenhuma mulher tenha que passar este tipo de violência. Chega de passividade. É um basta...
Se quiserem se chocar mais um bocadinho ficam a saber que 83% dos homicídios conjugais na década de 90 eram praticados por homens sobre mulheres, novos dados não temos, mas posso avançar que cada ano que passa são maiores os números. E as crianças não ficam de lado nesta violência, pois este ano foi noticiado duas crianças mortas depois do pai ter morto a mãe, um rapaz morto por defender a mãe das agressões do padrasto e uma mulher morta ao defender a irmã do ex-companheiro. E isto são os casos que são noticiados, mas nem todos eles são denunciados e nem todos têm o direito de chegar às luzes da ribalta, pois o número deve ser bem mais elevado.
Se nos EUA 1 em cada 4 mulheres sofre ou já sofreu agresões sexuais, em Portugal 1 em cada 5 mulheres sobre de violência doméstica. Os dados devem ser bem mais elevados.
Até quando...

Escritas & Rabiscos

O meu dia de trabalho inicia-se a ver o meu fotolog e os comentários das pessoas que lá escrevem. Adoro ler o que escrevem e o que me dedicam. Depois parto à descoberta de novos textos nos blogs. Sempre que chego ao teu blog arrepio-me de pensar o que poderás ter escrito ou o que ela poderá ter escrito. Não é ciúmes, ou se calhar sou eu simplesmente a convencer-me disso, mas acho que tenho medo que tu ao leres os textos dela vaciles comigo e decidas voltar a lutar por ela. Num espaço de tempo ela andou a escrever textos um pouco deprimentes e sempre que podia lá mandava a indirecta que tu foste o grande amor da vida dela. Se tal é verdade porque é que ela não te deu o valor que merecias, porque é que agora que eu existo na tua vida ela já está triste por te ter perdido? Que tivesse lutado, que talvez eu tivesse desistido.
Ontem escreveste o teu texto do Natal, e apesar das reticências que mostrei em comentar o teu texto por causa do comentário que ela podia fazer a seguir, como se de um concurso se tratasse, acabei por tecer o meu comentário. É engraçado mas sinto-me inibida ao comentar pois todos vão ler, se calhar não todos os que interessam, mas eu, tu e ela – este triângulo – lemos as coisas uns dos outros e magicamos para nós próprios o que será que o outro quis dizer com aquilo?
Ontem surpreendeste-me ao dizeres que te tinha incomodado o comentário do P ao texto dela, foram ciúmes claros por começares a ter a noção que apesar de ela dizer que gosta de ti, outras pessoas começam a fazer parte da vida dela. Custa-me que ela seja para ti a boa pessoa, a boazinha que nada de errado faz quando ela já fez tantos disparates, já disse tantas asneiras. No fundo tenho medo que este fantasma nos persiga a vida toda se a nossa relação evoluir, mas tenho esperanças que se tal acontecer os nossos sentimentos um pelo outro sejam fortes para resistir.
Respirei de alívio por saber que ela não tinha comentado o teu texto…sei que o leu e vontade não lhe deve ter faltado, mas não comentou talvez porque eu já o tinha feito ou talvez por entender que eu já faço parte da tua vida.
Sei que no nosso caso, mais do que nunca, se aplica a frase "um dia de cada vez", e todos os dias caminhamos para algo que espero que seja bom. Espero que continue esta paz dos últimos dias…
Muitos beijinhos em ti

P.S. Adorei o teu texto do escrevo…é tão bonito ler aquilo que escreves pela magnificência das palavras e do texto, porque transformas as coisas simples em algo mais.

quinta-feira, novembro 24, 2005

Queria dizer-te...

Ontem queria dizer-te que te adorava, queria gritar-te que não penso mais viver sem ti, sem os teus abraços, a tua voz, os teus carinhos, os teus beijos, as tuas mãos, o teu toque, o teu sorriso, o teu olhar, o teu cantar ao meu ouvido, os teus telefonemas, as tuas sms… Queria-te dizer-te que espero que fiques com a casa, que fiques feliz, que me peças para dormir lá, para rir para ti, para cozinhar para ti, que te abrace, que te diga que te adoro… Queria dizer-te tudo aquilo que não tenho coragem para dizer porque é muito cedo e tenho medo de me magoar… Queria dizer-te não te preocupes não penso em te magoar, podes entregar-te a mim que eu protejo-te, eu cuido de ti, eu tomo conta de ti como espero que tu comes conta de mim… Queria dizer-te que espero que um dia me ames mais do que a amas a ela, porque assim sei que serás meu por completo, que realmente te estás a dar a mim de um forma verdadeira e inigualável… Queria dizer-te tudo isto porque te adoro e porque aqueles momentos que passamos a fazer amor são mágicos porque nos entregamos um ao outro por completo… Queria dizer-te que ali sim és meu e de mais ninguém e que ninguém te poderá tirar de mim… Queria dizer-te tudo isto ontem ao ouvido … Queria dizer-te que te adoro…

Uma foto...


Não pensava em ti há mais de sete anos. Sete anos é muito tempo: mais de 2500 dias e 26 mil horas, muitas experiências, muitas tristezas, muitas alegrias. Deixei de pensar em ti quando rasguei as tuas cartas, quando decidi colocar tudo para trás, porque queria viver o presente e achava que olhar constantemente para o passado faria com que eu não avançasse apenas regredisse. Arrependi-me de deitar fora tudo o que era teu, apesar de na altura pensar que seria a atitude mais correcta, hoje arrependo-me. Acho que queria voltar a ler as tuas cartas, os teus postais, reconhecer a tua escrita, queria continuar a receber os teus telefonemas em que falávamos de tudo. No fundo acho que queria saber como estás … se não tivesse apagado o teu número teria-te telefonado, acho que teria tido coragem para pegar no telefone e marcado todos aqueles números e dir-te-ia olá sou eu. Será que reconhecias o sou eu, talvez fosse presunção minha … seria de certeza pois já me deves ter esquecido. Espero que estejas bem porque tu mereces toda a felicidade que alguém seja capaz de alcançar.
Muitas vezes esperava encontrar-te no meio da multidão e os nossos olhares diriam tudo e um abraço definiria todas as incertezas. Tinha esperanças que nos encontrássemos do nada como nos encontrámos quando nos conhecemos pela primeira vez.
Sei que a tua mana já não deve estar entre nós … nela pensava muitas vezes, na alegria inocente dela, no sorriso dela quando nos via juntos, na forma como ela me chamava dó. Não a consigo recordar com tristeza porque sei que ela iria querer ver-me a sorrir sempre. Talvez ela possa unir os nossos caminhos para nos encontrarmos mais uma vez.
Desses momentos tenho muitas saudades, dos passeios de madrugada, das conversas, dos cachorros de madrugada, das saídas pela janela, das gargalhadas, da forma como dizias toda a verdade nem que o Mundo desabasse. Descobri que tenho saudades de ti, daquele Verão, daquele sol, dos banhos no rio, dos passeios pela noite dentro…
Passaram mais de sete anos então porquê isto? Isto tudo porque encontrei uma foto tua, aquela da dedicatória em que tinhas um desejo… e em resposta a ele te digo que não te esqueci pelo que me ensinaste, pela verdade dos momentos, pelo valor que as pessoas devem ter, pelo que passámos, pelo que amadureci e pelo respeito que tiveste por mim. Fica aqui expresso um agradecimento por me ensinares a enfrentar um fantasma que sei que consegui vencer. Sou mais feliz agora por te ter conhecido…

O que uma foto faz…

quarta-feira, novembro 23, 2005

Adeus a militar

Ontem fiquei muito triste ao ver a notícia do enterro do militar Roma Pereira. É impossível não ficar indiferente às emoções que se passaram naquele momento de despedida. Primeiro foi tempo dos militares, primeiro-ministro José Sócrates e ministro da defesa Luís Amado se despedirem do seu camarada na base de Figo Maduro, depois deu-se o cortejo fúnebre até Évora onde foi enterrado. Foi angustiante assistir àquelas imagens de familiares e amigos a chorar pelo seu mais que tudo, mas não podemos esquecer também a dor dos familiares dos militares feridos.
Ao reconhecer a base de Figo Maduro lembrei-me daquilo que senti exactamente há uma ano quando fui receber as tropas que tinham chegado do Iraque. Estava a estagiar na Rádio Renascença e era notória uma grande confusão entre os familiares que esperavam os seus entes queridos. A emoção é enorme, pois os filhos estão sempre a perguntar quando é os pais chegam, se vai demorar muito, e os restantes familiares têm a felicidade estampada no rosto por saberem que eles vão chegar bem sem existir nenhuma vítima, nenhum tipo de incidente, nada. Ao entrevistar os militares após a sua chegada e todos os abraços que os militares e os familiares merecem, todos eles respondiam às nossas perguntas com satisfação mas sempre com um aperto no peito pelos camaradas que lá ficavam sobretudo numa data tão próxima do Natal. Senti uma grande alegria por poder fazer parte daquela alegria tão grande. Acho que só nesse momento compreendi a irmandade que os unia.
Semanas mais tarde fui acompanhar um outro contingente que ia para o Iraque, e qual não foi o meu espanto ao perceber que os familiares não se iam despedir deles na base de Figo Maduro. Não havia familiares a chorar, tristes com a despedida, nada disso, o que havia era um contingente que partia para uma missão. É tudo uma questão de imagem, de representação, pois as televisões ao exibirem as suas reportagens da partida de mais um contingente, não poderiam explorar a imagem de uma criança a chorar a despedir-se do pai … essas imagens são só para a chegada e não para a despedida.
Ontem tratou-se de uma despedida de um militar que morreu a representar a sua pátria – não deve existir morte mais honrável – mas que para muitos trata-se apenas de um nome, mais um nome que vai ser esquecido brevemente, não para a família, mulher, filha, pais e amigos, mas cedo será esquecido por todos nós.
Quero prestar-lhe aqui uma homenagem por ter representado o nosso país numa guerra legitima como foi a do Afeganistão e que não é a do Iraque, uma homenagem à mulher, filha que já não vai a tempo de ser educada pelo pai como tanto merecia, aos pais que deve ser impensável compreender a dor de perder um filho. Porque ontem foi enterrado o primeiro-sargento comando João Paulo Roma Pereira morto por um engenho explosivo improvisado com uma carga muito forte, de 15 a 20 quilos de explosivos, instalado numa manilha por baixo da ponte onde o incidente ocorreu, aqui fica a minha homenagem e o meu obrigada por ter representado o nosso país de forma tão honrável

Felicidade momentânea

Sei que a minha felicidade pode não durar muito tempo, mas sorri muito ao dizeres que ias jantar com ela. Obrigada e espero sinceramente que as coisas se resolvam quer seja para o bem ou para o mal, pois o importante é colocar um ponto final neste assunto. Acho que estamos todas cansadas desta situação.Amanhã não sei como vai ser mas é um novo dia e espero que o sol brilhe para todas nós.

terça-feira, novembro 22, 2005

Acabou


Foi precisamente sete anos que durou o nosso namoro. Sete anos é muito tempo e não sei porquê sempre que falas de nós, falas com mágoa e desgosto por teres investido tanto tempo em nós quando pelos vistos não era isso que pretendias. Custa-me ouvir constantemente "eu tentei", "pelo menos eu tentei" ... Sei que te desiludo e continuo a desiludir mas se eu não tentei foi porque achei que já não valia a pena, que apesar de tudo o que nós já tínhamos vivido e todos os planos feitos era tempo de dizer um adeus. Eu espero sinceramente que seja um até já, porque neste momento não consigo dizer adeus para sempre. Foram muitos os momentos que vivemos e quero, preciso continuar a ver-te, saber que estás bem, que pensas em mim. :) Sei que é um sentimento egoísta e acredita que eu não sou assim, mas contigo ainda existem momentos que penso que tu és como uma propriedade para mim e custa-me imenso abdicar de ti assim sem querer nada em troca, porque quero e continuo a querer e muito a cumplicidade que nos unia, tudo o que existia de bom entre nós, quero esses momentos como amigo que tu foste e que não tens sido porque procuras sempre arranjar uma desculpa para tudo o que tu fazes. Lamento dizer-te mas as acções dos outros não justificam as nossas próprias acções, nós temos a obrigação de assumir claramente tudo aquilo que fazemos. Fico à espera de ti, daquela pessoa que foste antes de tudo isto ter acontecido. Fico à espera que toda a raiva por mim acabe, pois eu sei que só eu posso ser culpada por te ter originado esse sentimento ... e por tudo isso peço-te muita desculpa, desculpa do fundo do coração. Um dia quero ouvir o teu perdão e nesse dia irei sorrir e definitivamente já posso ser feliz como outrora fui contigo.

I desabafo

É engraçado como toda a nossa vida pode ser modificada assim nuns instantes - que não são instantes diga-se a verdade, pois afinal nós acabamos sempre por caminhar nessa direcção sem que talvez nos seja perceptível - sem nos pedir licença, sem se ralar minimamente com aquilo que sentimos, podemos vir a sentir ou a sofrer desnecessariamente. Este blog é um segredo ... o nosso segredo que irá servir para dizer tudo aquilo que pensamos dos outros, de nós, sem nos preocuparmos se os estamos a magoar ou não. É um desabafo ... um desabafo enlouquecido por tudo aquilo que se tem passado nestes últimos meses. Espero sinceramente que a tempestade acalme, porque preciso de paz, sossego, de ser feliz ao teu lado ou não, preciso que todos estes mal entendidos acabem e sobretudo que termine de uma vez por todas as cobranças que nos fazemos constantemente. Quero parar de chorar, de sentir mágoa, desrespeito, sofrimento, solidão ... tudo o que me invade a alma.No fundo quero me conseguir perdoar a mim própria ... preciso disso para continuar a viver.