DESABAFOS & LOUCURAS

segunda-feira, janeiro 16, 2006

Controvérsias

Só hoje reparei há quanto tempo não escrevo. Não escrevo há tanto tempo que me custa a acreditar. Acho que me cansei de escrever sobre o meu constante mau estar. Sobre o facto de achar que estou sempre a mais na vida de todos.

Em suma: a minha mãe foi internada; fizeste anos; o blog outra vez; as dúvidas outra vez; o convite para a saída; o desconvite; os teus amigos; a minha vergonha etc.

Passou-me tanta coisa pela cabeça quando ela foi internada. Senti-me muito sozinha por não ter ninguém a meu lado. Alguém que fizesse parte da minha vida e conhecesse os meus pais para que o encargo fosse mais fácil. Para meu grande alívio ela saiu rapidamente.

Logo de seguida foram os teus anos. O problema da prenda. O problema de não gostares das mesmas coisas que eu. A muito custo lá tentei encontrar algo que “fosse a tua cara”. No dia seguinte foi os teus anos. Uma dor de cabeça para mim. Estiveste com ela à hora de almoço quando eu queria estar contigo. Ela escreveu aquele poema e não compreendo o seu significado. OK compreendo mas não quero pensar nisso. Depois o pormenor da “alcunha”. Ela faz sempre questão de estar presente na tua vida. E tem o seu direito eu é que mais uma vez tenho que me conformar com a ideia.
Depois foi a saída com os teus amigos. E eu? Pois eu sou uma carta à parte. Desde que não estejamos todos juntos acaba por estar tudo bem. Para ultimar o dia tive a boca da minha mãe. Só coisas boas.

Pouco tempo depois foi o convite para sair com os teus amigos. Um convite que rapidamente deixou de existir porque não foi um convite com sentido. Será que eles são mais importantes que eu? Eu sei que eles fazem parte da tua vida à mais tempo, mas será que por causa disso eu posso ser colocada constantemente em segundo plano? Sou eu que durmo contigo. É contigo que eu partilho a minha vida. Acho que no fundo tudo se resume ao facto de não fazermos parte do mesmo estereotipo. Ou seja, eu gosto da quebra-mar, sou menina da linha, gosto de me vestir bem, não abdico dos saltos altos, tenho as unhas arranjadas e sou mimada. É verdade que não me agrada o facto de não gostarem de mim até porque devem ser das primeiras pessoas que realmente não gostam de mim, mas será que eles têm o direito de me julgarem sem me conhecerem. Têm. Infelizmente sim até porque a primeira impressão é que conta. Mas também acho que não tenho que tentar mudar-lhes a opinião. Não gostam? Azar o deles. Há quem goste…esperemos nós.

Preferia que não me tivesses convidado do que me tivesses desconvidado a seguir. Senti-me tão suja. Senti que tinhas vergonha de mim, da minha maneira de ser, das minhas opiniões, da minha maneira de falar. E fui para casa a chorar depois de me teres deixado e teres ido ter com eles. Não sei como é que me consegui entregar a ti depois de tudo isto. Acho que tentava provar a mim própria que eram coisas da minha cabeça … demasiada importância aos pormenores. Eu sou assim. Eu fico a roer tudo aquilo que sinto até explodir.

Se gostas de mim acho que devias demonstrar isso mais em actos do que em palavras…