As partilhas

O que mais custa em todas as relações é de certeza absoluta o fim. O fim de um amor, de tempo dividido a dois, de sonhos e de esperanças. Depois temos que colocar tudo isto num saco e tentar fechá-lo e apagá-lo da nossa mente. Não é fácil. Nesta última semana os amigos mais próximos conseguiram ver o quanto é doloroso. Tu sofreste mas nós sofremos contigo.

Eu recordo-me das tuas palavras em dizeres “agora temos que dividir tudo”. Talvez as coisas materiais sejam as mais fáceis de dividir e tudo o resto, o mais difícil …é talvez impossível. Queres respostas? Também nós.

Eu recordo-me de um dia em que tu disseste que ela tinha dividido as coisas contigo. Tinha ido entregar-te tudo aquilo que te pertencia. Eu não tinha partilhas para dividir. Também se tivesse acho que abdicava de tudo.

Hoje decidi que quero iniciar as minhas partilhas. A nossa amizade acabou e eu quero o que é meu. É engraçado mas foste logo ficar com aquilo que tem maior valor sentimental para mim. Não sei como o vou fazer, nem quando, mas sei que é impossível continuar a adiar o inadiável.

O reencontro … pode ser que não chegue a acontecer…